quarta-feira, 1 de julho de 2020

Debaixo da Laranjeira

Debaixo da Laranjeira falava contigo,
ó saia engomada.
Mas que bela rapariga
para ser a minha amada.

Para ser a minha amada,
para ser o meu amor.
Debaixo da Laranjeira falava contigo,
ó minha flor.

terça-feira, 23 de junho de 2020

Ao passar a Ribeirinha

Ao passar a Ribeirinha, pus o pé,
molhei a meia. Namorei
na minha Terra, fui casar
em Terra alheia.

Fui casar em Terra alheia, minha mãe
já me ralhou. Minha mãe
já se não lembra do tempo
que já passou.

Do tempo que já passou, do tempo
que já lá vai. Minha mãe
já se não lembra quando na-
-morou meu pai.

Fui-me deitar a dormir ao pé da
água que corre. A mesma
água me disse: Quem tem a-
-mores não dorme.

Quem tem amores não dorme, quem os não
tem adormece. Quem os tem
ao longe chora, quem os tem
ao pé padece.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Trailarí

Há uma estrê-
há uma estrel'ali no céu
que nos indica o caminho.

Para Belém-
para Belém numa gruta
onde nasceu O Menino.

Ah trailarí-
trailarí lari ló lé,
Jesus, Maria, José.

Ah trailarí-
trailarí lari ló lé,
Menino nascido é.

Ai qualquer fi-
qualquer filho d'homem nobre
nasce em berço doirado.

Ó-ai só Tu-
só Tu meu Menino Deus
numas palhinhas deitado.

Ah trailarí-
trailarí lari ló lé,
Jesus, Maria, José.

Ah trailarí-
trailarí lari ló lé,
Menino nascido é.

domingo, 8 de dezembro de 2019

Ó Virgem Maria

Ó Virgem Maria, ouvi nosso canto,
Sois nossa alegria, sois nosso encanto.
Desse altar de luz com um doce beijo,
Entregais Jesus ao nosso Alentejo.

Vós sois a Rainha da Grei Lusitana,
Vós sois a Madrinha d’alma alentejana.
Com o vosso olhar, com o vosso sorriso,
Vinde nos guiar para o paraíso.

domingo, 15 de setembro de 2019

Ribeira vai Cheia

Ribeira vai cheia e o barco não anda
Tenho o meu amor lá naquela banda
Lá naquela banda e eu cá deste lado
Ribeira vai cheia e o barco parado

Se eu tivesse amores que me têm dado
Tinha a casa cheia até ao telhado

Ribeira vai cheia e o barco não anda
Tenho o meu amor lá naquela banda
Lá naquela banda e eu cá deste lado
Ribeira vai cheia e o barco parado

Se eu tivesse amores tinha mais de um cento
Bonecos de palha cabeças de vento

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Pingacho

Pur beilar 'l pingacho
Dorun-m' um rial

Beilá-lo, beilá-lo picorcito.
Beilá-lo, que te quiero un pouquito.
Beilá-lo, beilá-lo de lhado,
De l'outro ancustado,
I de delanteira,
Tamien de traseira;
Ora assi que te quiero morena,
Ora assi que te quiero salada.

Pur beilar 'l pingacho
Dorun-m dirreis;
Beila-se de quatro
I tamien de seis.

Se lo beilares bien
Darei-t'un teston,
Las que beilan bien,
Sei you quales son.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Barquinho Pequenino

Era uma vez um barquinho pequenino,

Era uma vez um barquinho pequenino,

Era uma vez um barquinho pequenino,

Que queria, que queria, que queria navegar.


Passaram 1, 2, 3, 4, 5, 6 semanas,

Passaram 1, 2, 3, 4, 5, 6 semanas,

Passaram 1, 2, 3, 4, 5, 6 semanas,

E o barquinho, e o barquinho não saía do lugar.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Leve é o meu Menino

Que leve, leve é o meu menino
Que o vento o leve pra sonhar
Que o sonho o poise de mansinho
Na mansa luz do acordar

Que acorde em cama bem quentinha
E quente enfie o seu roupão
Encontre a porta da cozinha
E encontre o doce, o leite, o pão

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Sou Cowboy

 Sou cowboy, capataz de uma fazenda,

Ayô, nas horas vagas também toco violão.

O meu cavalo já está bem ensinado,

Ayô, a levar cartas para a filha do patrão.

(yodle)

sábado, 21 de outubro de 2017

Row your Boat

Row, row, row your boat
Gently down the stream.
Merrily, merrily, merrily, merrily
Life is but a dream.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Barata

A barata diz que tem sapatinhos de veludo,
É mentira da barata, ela tem o pé peludo.
Ah ah ah, eh eh eh,
Ela tem o pé peludo.

A barata diz que tem sapatinhos de fivela,
É mentira da barata, os sapatos não são dela.
Ah ah ah, eh eh eh,
Os sapatos não são dela.

A barata diz que tem uma cama de marfim,
É mentira da barata, ela dorme no jardim.
Ah ah ah, eh eh eh,
Ela dorme no jardim.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Ribójino

Ribójino cuiachão
Chua mana gujuguju.
Piquinina, amuloja,
Bilijinha cuiachão!

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Eu cá sou Tenente

Eu cá vi passar uma camponesa:
Cabelos cortados à moda francesa.

Vesti o capote, corri atrás dela,
Com toda a meiguice, chamando por ela.

Pss, pss, oh menina? Pss, pss, fala à gente!
Eu sou da marinha, eu cá sou tenente!

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Serenô

Serenô, eu caio, eu caio
Serenô, deixai cair
Serenô da madrugada
Não deixou meu bem dormir
Minha vida, ai ai ai
É um barquinho, ai ai ai
Navegando sem leme e sem luz
Quem me dera, ai ai ai
Ter um dia, ai ai ai
Os faróis dos teus olhos azuis

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Casa com duas Chaminés

Tenho uma casa com duas chaminés,
Tenho um tapete pra limpar os pés,
Tenho uma porta pra fazer truz-truz
E uma janela para entrar a luz.

Pimpão

Pimpão é um boneco muito lindo de cartão, de cartão,
Que lava a carinha com água e sabão.
Com água e sabão.
Penteia os seus cabelos com um pente de marfim, de marfim,
E se lhos puxam muito não chora nem faz chinfrim.
Não chora nem faz chinfrim.
E quando as estrelas começam a luzir, a luzir,
Pimpão vai prá caminha e põe-se a dormir,
E põe-se a dormir.

domingo, 30 de julho de 2017

Canção do Joca

Salto p'ra aqui e viro para ali,
Até um local bem discreto.
Com este osso muito grosso que aqui vou enterrar...
É o meu banco de ossos secreto!

quarta-feira, 26 de julho de 2017

A Sopa da Mamã

Alisalê, alisalá,
A sopa da mamã é o melhor que há!
É o melhor que há, é o melhor que havia,
A sopa da mamã dá pra todo o dia.
Dá pra todo o dia, dá pra toda a semana,
A sopa da mamã parece uma banana.
Parece uma banana, parece um sapato,
A sopa da mamã dá pra nós os quatro.
Dá pra nós os quatro, dá prá roda inteira,
A sopa da mamã parece uma banheira.
Parece uma banheira, uma banheira sem fundo,
A sopa da mamã dá pra meio mundo.
Dá pra meio mundo, dá pro mundo inteiro,
A sopa da mamã parece um candeeiro.
Parece um candeeiro, parece uma alforreca,
A sopa da mamã bebe-se pele caneca.
Bebe-se pela cabeça, bebe-se devagar,
A sopa da mamã é espetacular!
É espetacular, é espeta-colher,
A sopa da mamã é feita por uma mulher.
É feita por uma mulher, é feita com carinho,
A sopa da mamã merece um beijinho.
Merece um beijinho, merece um abraço,
A sopa da mamã não leve bagaço.
Não leva bagaço, nem maracujá,
A sopa da mamã é o melhor que há!

domingo, 23 de julho de 2017

A Vida no Alto Mar

Oooh...
A vida no Alto Mar é que é, o Mar é sempre um prazer!
A vida é tão bela, e ser Pirata é tudo o que eu quero fazer. Oooh...
A vida no Mar é um prazer!

Oooh...
A vida no Alto Mar é que é, pois não nos vão enterrar.
Assim que acaba a viagem da vida, com os peixes nós vamos nadar! Oooh...
Com os peixes nós vamos nadar!

Oooh...
A vida no Alto Mar é que é, desporto não há melhor.
A cada minuto é com cada susto! É curta a vida no Mar. Oooh...
É curta a vida no Mar.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Ratinho foi ao Baile

Ratinho foi ao Baile de cartola e jaquetão,
Sapato de bico fino, e umas luvas na mão.

Encontrou a Ratazana que dançava no Salão.
Ratinho se aproximou, segurando sua mão.

Convidou-a p'ra dançar e ela respondeu que não,
Ratazana era noiva e não quis complicação.

Ratinho ficou zangado sofrido do coração,
Pegou sua cartola e retirou-se do Salão.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Robin dos Bosques

Robin dos Bosques e o Amigo andam pelo bosque,
Rindo quando lembram do que lhes aconteceu.
Sempre divertidos eles não se preocupam,
E duma boa luta nenhum deles se escondeu.

Nem de longe pensam no perigo que há na água
Que eles bebem e então bebem demais.
Nem de longe sabem que o Cherife e a sua gangue
Dão problemas, e são cada vez mais!

Robin dos Bosques e o Amigo correm pelo bosque,
Saltam cercas, arvoredos, para encontrar
Um lugar onde o Cherife nunca os encontre,
E até hoje nunca os puderam apanhar...
E até hoje nunca os puderam apanhar.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Os Passarinhos da Serra

Os Passarinhos da Serra andam sempre a chilrear,
E as Cachopinhas da Terra também gostam de cantar.
Ó-í, ó-ai, que bom é dançar, Ó-í, ó-ai, anda cá meu par!
Ó-í, ó-ai, que bom é dançar, Ó-í, ó-ai, anda cá meu par!

Na Serra há tanta florinha, que eu nem sei qual é mais bela,
Se é a giesta branquinha ou a que é amarela.
Ó-í, ó-ai, que bom é dançar, Ó-í, ó-ai, anda cá meu par!
Ó-í, ó-ai, que bom é dançar, Ó-í, ó-ai, anda cá meu par!

A vista dos nossos Montes alegra-nos o olhar,
Água fresquinha das Fontes vai correndo sem parar.
Ó-í, ó-ai, que bom é dançar, Ó-í, ó-ai, anda cá meu par!
Ó-í, ó-ai, que bom é dançar, Ó-í, ó-ai, anda cá meu par!

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Tom Sawyer

Vês passar o barco rumando p'ro sul, brincando na proa gostavas de estar.
Voa lá no alto, por cima de ti, um grande falcão. És o rei és feliz!

E quando tu vês o Mississipi, tu saltas pela ponte e voas com a mente...

Nuvens de tormentas estão por aí, cobrem todo o céu, por cima de ti.
Corre, agora, corre e te esconderás entre aquelas plantas, ou te molharás!

E sonharás que és um pirata, tu sobre uma fragata.
Tu, sempre á frente de um bom grupo de raparigas e rapazes.

Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer, por aí a passear, Tom Sawyer!
Mil amigos deixarás aqui e além. Descobrir o mundo, viver aventuras.
Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer, por aí a passear, Tom Sawyer!
Mil amigos deixarás aqui e além. Descobrir o mundo, viver aventuras.

E sonharás que és um pirata, tu sobre uma fragata.
Tu, sempre á frente de um bom grupo de raparigas e rapazes.

Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer, por aí a passear, Tom Sawyer!
Mil amigos deixarás aqui e além. Descobrir o mundo, viver aventuras.
Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer, por aí a passear, Tom Sawyer!
Mil amigos deixarás aqui e além. Descobrir o mundo, viver aventuras.
Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer, por aí a passear, Tom Sawyer!
Mil amigos deixarás aqui e além. Descobrir o mundo, viver aventuras.

terça-feira, 11 de julho de 2017

O Papá foi à Rua

O Papá foi à rua, e encontrou lá um cãozinho
E o cão fez "wwof! wof wof!"
E o cão fez "wow-wowoff!"

O Papá foi à rua, e encontrou lá um gatinho
E o gato fez "meooww..."
E o gato fez "meow, prrr..."

O Papá foi à rua, e encontrou um passarinho
E o passarinho fez "piiiupiupiupiu!"
E o passarinho fez "piiiipipipipiuupiupiuu!"

O Papá foi à rua, e encontrou lá um cavalo
E o cavalo fez "nnehehehehehe-prrr!"
E o cavalo fez "nehehehehe-prrr-prr!"

O Papá foi à rua, e encontrou lá um peixinho
E o peixe fez "pop-pop-pop"
E o peixe fez "pop-pop-pop"

O Papá foi à rua, e encontrou lá uma vaca
E a vaca fez "mmmmoooooouuuu!"
E o cão fez "mmmmmmmmoooouuuuuu!"

O Papá foi à rua, e encontrou um cordeirinho
E o cordeiro fez "neeeeeeh nneeeh"
E o cordeiro fez "nnnneeeehh"

O Papá foi à rua, e encontrou lá um coelho
E o coelho fez "f-f-f-f"
E o coelho fez "f-f-f-f-f-f"

(...)

O Papá foi à rua, e encontrou lá um {animal}
E o {animal} fez {som/mímica}
E o {animal} fez {som/mímica}

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Os Meninos de Belém

Os Meninos de Belém, a brincar na praça estão!
Eis que chegam os Reis Magos, e são 1 e 2 e 3.
Mas vocês, de onde vêm com cavalos e camelos?
Mas quem são? Mas quem são, para virem logo aqui?

Eu venho do Oriente Longínquo, de um País de ouro e de prata.
Mas de noite não posso dormir - eu vi uma Estrela, uma Estrela no Céu!
Mas de noite não posso dormir - eu vi uma Estrela, uma Estrela no Céu!

Os Meninos de Belém, a brincar na praça estão!
Eis que chegam os Reis Magos, e são 1 e 2 e 3.
Mas vocês, de onde vêm com cavalos e camelos?
Mas quem são? Mas quem são, para virem logo aqui?

Eu venho do Oriente Longínquo, de um País de flores e perfumes.
Mas de noite não posso dormir - eu vi uma Estrela, uma Estrela no Céu!
Mas de noite não posso dormir - eu vi uma Estrela, uma Estrela no Céu!

Os Meninos de Belém, a brincar na praça estão!
Eis que chegam os Reis Magos, e são 1 e 2 e 3.
Mas vocês, de onde vêm com cavalos e camelos?
Mas quem são? Mas quem são, para virem logo aqui?

Eu venho do Oriente Longínquo, de um País de pobres e doentes.
Mas de noite não posso dormir - eu vi uma Estrela, uma Estrela no Céu!
Mas de noite não posso dormir - eu vi uma Estrela, uma Estrela no Céu!

Os Meninos de Belém, a brincar na praça estão!
Eis que chegam os Reis Magos, e são 1 e 2 e 3.
Mas vocês, de onde vêm com cavalos e camelos?
Mas quem são? Mas quem são, para virem logo aqui?

Viemos do Oriente Longínquo, e vimos surgir a Sua Estrela.
Viemos adorar o Rei, o Rei dos Judeus que nasceu entre nós!
Viemos adorar o Rei, o Rei dos Judeus que nasceu entre nós!

Os Meninos de Belém olham todos para o Céu,
E eis que resplandece a Estrela sobre a Casa de Jesus!
Vamos todos bem depressa, com cavalos e camelos,
Co'os Reis Magos descobrimos onde nasce O Salvador!

(Cântico de Reis Tradicional Italiano)

Five Little Monkeys

Five little monkeys jumping on the bed
One fell off and bumped his head
Mama called the doctor
And the doctor said
No more monkeys jumping on the bed.

Four little monkeys jumping on the bed (...)

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Vitinho

Quando a Lua acordar, coisas que a vida tem,
Vai-se o mundo deitar e tu também.
Ai quem me dera ir, dentro do Sol morar,
Nunca ter de dormir e só brincar.

E milhões de aventuras viver,
Com as estrelas no céu a correr,
E à Terra apenas voltar se eu quiser...

Quando a Lua acordar,
Tu vais adormecer.

Está na hora da caminha, vamos lá dormir.
Vê, lá fora, as estrelas dormem a sorrir!
E amanhã cedinho, bem cedinho, tu vais ver:
Acordas mais forte e mais esperto. Isso é crescer!
Boa noite...
Sonhos lindos, adeus e até amanhã!

O Meu Amor é Padeiro

O meu Amor é Padeiro, ó-ai,
Traz a cara enfarinhada,
Ai traz a cara enfarinhada.
Seus beijos sabem a pão, ó-ai,
Não quero comer mais nada,
Ai não quero comer mais nada.

Olaré vai-te embora, olaré diz-me adeus.
Olaré vai-te embora que os teus olhos são meus.

Tenho um amor em Viana, ó-ai,
Tenho outro em Ponte de Lima,
Ai tenho outro em Ponte de Lima.
O de Viana não presta, ó-ai,
O de Lima é coisa fina,
Ai o de Lima é coisa fina.

Olaré vai-te embora, olaré diz-me adeus.
Olaré vai-te embora que os teus olhos são meus.

Foi falar ao seu Amor

@ {nome} não está cá, não está cá: saiu - saiu!
Foi falar ao seu Amor, nunca mais ninguém @ viu.

Nunca mais ninguém @ viu, nunca mais del@ se soube.
@ {nome} não está cá, foi à salsa, foi à couve.

Foi à salsa foi à couve, foi à ribeira lavar.
@ {nome} não está cá, está em casa a namorar!

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Canção dos Abraços

São dois braços, são dois braços
Servem pra dar um abraço
Assim como quatro braços
Servem pra dar dois abraços

E assim por aí fora
Até que quando for a hora
Vão ser tantos os abraços
Que não vão chegar os braços

Vão ser tantos os abraços
Que não vão chegar os braços
Prós abraços

Bastiana

Quin quêrê amôr, Bastiana,
Prêcisa considérá
Amôr nunca sam brinco, Bastiana
Pêgá torná largá.

Quin quêrê pâ iôo, Bastiana,
Tánto ancusa lôgo dá
Apa, mútchi, côco, Bastiana
Pipis, cátuapá.

Iôo quêrê pâ vôs, Bastiana,
Vôs quêrê pâ ôtro
Dêus lôgo cástigá, Bastiana,
Fazê vosso ôlo tôrto.

Arvrê di papaia, Bastiana,
Pê já nàcê rabo,
Vêlo, vêlo olá rapariga, Bastiana
Boca còrê babo.

Vêlo, vêlo olá rapariga, Bastiana
Boca còrê babo.

Tudo quanto a Mamã me diz

Era uma linda manhã, estava a brincar no jardim.
A certa altura a mamã chamou-me e disse-me assim:

Não brinques só a correr, tropeças sem querer,
Se cais ficas mal!

Respondi "sim, está bem." Depressa, porém,
Esqueci-me de tal...

Não me lembro depois como foi, escorreguei, caí no chão.
No joelho ficou um dói-dói, no nariz um arranhão.

Desde então procurei ser melhor. Por ser má fui infeliz...
Faço agora tudo quanto a mamã me diz!

Faço agora tudo quanto a mamã me diz!

Já lá vem o João Pestana

Já lá vem o João Pestana,
Pé ante pé, voz que não engana.
Vem de longe já muito cansado.
Pobre João, coitado!

Faz ó-ó, menino, também.
Faz ó-ó, que o soninho já vem.

Cai a noite, e o vento lá fora
Assobia forte, não se vai embora
Conta histórias, um nunca acabar
Coisas de encantar.

E o vento não sopra só,
Também traz ao menino ó-ó.

Devagar, muito de mansinho
Levando o bébé ao pegar o soninho.
Já lá vem o João Pestana, voz que não engana.

E o João, sabendo o que faz,
Vê o menino adormecer em Paz.

Mmm...

Eu ouvi um Passarinho

Eu ouvi um Passarinho às quatro da madrugada,
Cantando lindas cantigas à porta da sua Amada.

Ao ouvir cantar tão bem, a sua Amada chorou.
Às quatro da madrugada o Passarinho cantou.

Quando a tua boca vermelha à minha boca encostou-se,
Nunca houvera uma abelha a fazer mel'e mais doce.

Eu ouvi um Passarinho às quatro da madrugada,
Cantando lindas cantigas à porta da sua Amada.

Toda vida fui Pastor, toda vida guardei gado.
Tenho uma nódoa no peito de me encostar ao cajado.

De me encostar ao cajado, lá nos campos ao rigor.
Toda vida guardei gado, toda vida fui Pastor.

Vai sair a Procissão

Tocam os Sinos da Torre da Igreja.
Há rosmaninho e alecrim pelo chão
Da nossa Aldeia, que Deus a proteja!
Vai sair a Procissão.

Só aos Anjos a Lua Sorri

A Lua nasceu e cresceu no além,
A noite surgiu também.
Meu bebé, vai dormir,
Vai dormir e sonhar.
Deixa a lua crescer lá no ar.

A roca poisou e largou sem chorar,
Seus olhos vai já fechar.
Nada pode impedir
Que o bebé durma bem.
Nem Papão há-de vir, nem ninguém.

Tu verás meu amor
Como é bom sonhos ter.
Deus te dê o melhor que houver!
Anjo meu faz ó-ó,
Que eu velo por ti.
Só aos anjos a lua sorri.

Vai-te embora Papão Velho

Menino que faz ó-ó, é da avó.
Menino que faz ai-ai, é do pai.
Menino que faz tem-tem, é da mãe.

Vai-te embora Papão Velho,
Vai-te embora Papão Velho!
De cima desse telhado vai, vai, vai!
Dá ao menino um soninho descansado.

Salgueiro

Salgueiro à borda de água, dá-lhe o vento, balanceia.
Quem tem amores na terra, pela porta lhes passeia.

Um abraço é pouco, dois é conta certa.
Dá-me cá mais outro, ora aperta-aperta!

Um abracinho bem apertado, meu amorzinho, não é pecado.
Não é pecado, não é não-não. Um abracinho do coração!

Sementinha

Era bem pequenininha quando o vento me levou,
Mas recordo muito bem que a viagem me agradou!

Fui por montes e valados, ai que lindas coisas vi!
Ao chegar a terra firme, num cantinho adormeci.

Sementinha sementinha, olha onde vais cair.
Quero ver-te bem verdinha na Primavera a florir!

Uma chuva miudinha veio dar-me de beber,
E o meu corpo pequenino começou logo a crescer.

Firmei meus pés em terra, pus-me de olhinho a espreitar...
Fui crescendo, fui crescendo - já me posso sustentar!

Não sou mais a sementinha, sou árvore do teu jardim.
Se me queres sempre verdinha toma bem conta de mim.

Se me queres sempre verdinha toma bem conta de mim!

As Castanhas

A fogueira está acesa, as castanhas retalhadas,
Postas no lume quentinho. Não tarda já estão assadas!

Algumas estalam no ar, e tudo fica contente!
Toca a rir e a brincar, chegam para toda a gente!

Lá estão elas tão lourinhas! Boas, quentes e tostadas.
A cara, a rouopa e as mãos vão ficar enfarruscadas!

Algumas estalam no ar, e tudo fica contente!
Toca a rir e a brincar, chegam para toda a gente!

Repiu-Piu-Piu

Repiu-Piu-Piu, canta o Passarinho,
Canta o Passarinho mal o Sol surgiu!

Repiu-Piu-Piu, Repiu-Piu-Piu,
Repiu-Piu-Piu, Piu-Piu, Piu-Piu!

Repiu-Piu-Piu, lá vem a voar,
E pôs-se a cantar mal um outro viu!

Repiu-Piu-Piu, Repiu-Piu-Piu,
Repiu-Piu-Piu, Piu-Piu, Piu-Piu!

Repiu-Piu-Piu, ai que graça tem!
Já o outro também canta quando o ouviu:

Repiu-Piu-Piu, Repiu-Piu-Piu,
Repiu-Piu-Piu, Piu-Piu, Piu-Piu!

Repiu-Piu-Piu, canta o Passarinho,
Mas devagarinho, que o Sol se sumiu...

Repiu-Piu-Piu, Repiu-Piu-Piu,
Repiu-Piu-Piu, Piu-Piu, Piu-Piu!

Oh minha Amora Madura

Oh minha amora madura, quem foi que te amadurou?
Foi o sol, foi a geada e o calor que ela apanhou.
E o calor que ela apanhou debaixo da silveirinha.
Oh minha amora madura, minha amora madurinha!

Ó minh' Amora Madura

Oh minha Amora Madura, oh minh'a-
mora madura.

Ai diz-me quem foi que te amadurou?

Ai diz-me quem foi que te amadurou?

Foi o sol, foi a geada, foi o sol-
foi a geada.

Ai foi o calor que ela apanhou.

Ai foi o calor que ela apanhou.

O Menino Abel Frazão

O Menino Abel Frazão,
Que é bondoso e gentil moço,
Estava sentado no chão
Comendo as papas do almoço.

Nisto se aproxima o gato,
Acompanhado do filho,
E ambos se atiram ao prato
Lambendo as papas de milho.

Mostra Abel, sorrindo, os dentes,
E o seu prazer patenteia
Por ver os gatos contentes,
Com a barriguinha cheia!

Por seu turno os dois bichanos,
Em paga de tais carinhos,
Vão da dispensa aos arcanos
Fazer caçada aos ratinhos.

Mostrando não ser ingratos
Voltam correndo em tropel,
E prespegam quatro ratos
No prato ao Menino Abel.

Ao vê-lo chorar, porém,
Volve-lhe o gato aprumado:
Cada um dá o que tem,
Não é a mais obrigado!

Os Três Gatinhos

Os três gatinhos perderam os chapelinhos,
Puseram-se a chorar!
Óh mãe gatinha, os nossos chapelinhos,
Não os pudemos achar!

Perderam os chapelinhos?!
Ah que feios gatinhos!
Então não vão brincar.

Miau, fru fru. Miau, fru fru.
Então não vão brincar!

Os três gatinhos acharam os chapelinhos,
Puseram-se a cantar!
Óh mãe gatinha, os nossos chapelinhos,
Já os pudemos achar!

Acharam os chapelinhos?!
Ah que lindos gatinhos!
Então já vão brincar.

Miau, fru fru. Miau, fru fru.
Então já vão brincar!

Uma Velha Solteirona

Uma velha Solteirona bateu às Portas do Céu.

Diz São Pedro: "Oh menina, que no amor é mofina!
Quem nunca homem beijou, jamais cá no Céu entrou."

A velha não se fez rugar, logo o Santo vai beijar!

Ri-se o Anjo: "Ahaha! Ahahaha - ahaha!"
Ri-se o Demo: "Muahahaha! Muahahaha - muahahaha!"
Ri São Pedro: "Ohoho! Ohohoho - ohoho!"

Isto quando eu morrer, nunca pode acontecer.
Se indagarem se eu beijei, eu bem sei que lhes direi!